Logo

Loja Reserva é acusada de racismo após utilizar manequim negro representando assalto; movimento repudia

Marina Araújo

15 de fevereiro de 2022 às 17h18 | Foto: Reprodução

Imagem de Loja Reserva é acusada de racismo após utilizar manequim negro representando assalto; movimento repudia

A loja de roupas Reserva do shopping Barra, na capital baiana, está sendo acusada de racismo, após colocar um manequim negro em posição de assalto à loja. De acordo com um leitor do Portal Salvador FM, a loja fere aspectos morais ao colocar manequins de cor clara dentro da loja, e o de cor preta neste local.

Segundo ele, a loja explica que a ação de marketing é uma forma de representar assaltos que aconteceram no Rio de Janeiro, onde a loja tem sede. Já alguns vendedores, alegam que seria um ato de liquidação dos produtos.

Yuri Silva, representante do Coletivo de Entidades Negras (CEN), repudiou a ação e confirmou que medidas judiciais serão tomadas em conjunto, para punir a ação criminosa, de cunho racista. 

“Em tese, é uma imagem que reproduz esteriótipos racistas, a opção da loja de usar o manequim negro, ainda que com roupas da marca, quebrando a loja, em posição de assalto, ressalta a posição dos negros como autores de atos criminosos. Remonta o histórico social que a gente vive no cotidiano e o racismo científico”, explicou. Racismo científico ou racismo biológico é a crença pseudocientífica de que existem evidências empíricas que apoiam ou justificam o racismo ou a inferioridade ou superioridade racial.

Silva ainda apontou a necessidade de um posicionamento da marca, que tem grandes nomes como acionistas, citando Luciano Huck, sócio da empresa desde 2009. “É muito importante que a Reserva se posicione para entender qual a ideia de reproduzir o ato. Mesmo sendo um ato falho, é um ato que reproduz racismo. Estamos avaliando o caso, junto ao setor jurídico, para ver o que pode ser feito de forma coletivo”, finalizou sua fala ao site.

O advogado que representa o CEN, Marcos Alan, afirma que o grupo realizará um estudo sobre o caso isolado, e pretende enviar uma notificação ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que medidas legais sejam tomadas.

“Estamos fazendo um estudo sobre o caso, verifico ali um caso isolado de racismo. O racismo é aquilo que toca ao negro de forma ruim, o não negro não consegue sentir o mal que aquilo causa em uma pessoa negra ao ver uma cena dessas. E vamos agir com uma ação para reparação, mesmo que de forma difusa. Vamos encaminhar uma notificação ao Ministério Público”, pontuou.

Ao Portal Salvador FM a assessoria da loja Reserva encaminhou um comunicado, informando que a intenção da vitrine “Loucuras pela Reserva” nunca foi de disseminar ideias racistas, e afirmou que ela será desmontada o mais breve possível. Confira a nota completa:

“Nota Reserva

A vitrine “Loucuras pela Reserva” com o boneco entrando pela parte de fora da vitrine (o mesmo sempre usado normalmente do lado de dentro da vitrine) jamais teve como objetivo ofender qualquer pessoa ou disseminar ideias racistas e sim de somente divulgar a liquidação da marca.

No entanto, se mesmo sem intenção, a vitrine ofendeu a alguém comunicamos aqui que ela será imediatamente desmontada. 

Acreditamos na empatia como única forma de viver em sociedade e repudiamos o racismo em todas as suas formas de expressão. 

A diversidade e inclusão são valores essenciais de nossa marca”

A assessoria do Shopping Barra não quis se manifestar.

Programas

Ver mais

Pida! Music

Agora, às 12h00

Com Léo Sampaio

Tô na Salvador

Depois, às 13h00

Com Mário Tito

Programa da Joia

Depois, às 16h00

Com Tainá Reis

A Voz do Brasil

Depois, às 19h00

Com

Bora de Samba

Depois, às 20h00

Com Letto Simões

Com Bebeto Junior