Sem se declarar bolsonarista, Cacá Leão votou 94% das vezes a favor do governo

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Luiz Felipe Fernandez

Política

06 de maio de 2022 às 11h17

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Foto: Vagner Souza/Salvador FM

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Recém-anunciado como substituto do vice-governador João Leão (PP) como candidato ao Senado na chapa com o ex-prefeito ACM Neto (UB), o deputado federal Cacá Leão (PP) negou recentemente ser vinculado ao governo Bolsonaro. Apesar da posição, entretanto, a sua sintonia com o projeto do atual governo se reflete nas votações na Câmara.

Desde o início do mandato de Bolsonaro, em 2019, até maio de 2022, o filho de João Leão votou com o governo em 94% das pautas que tramitaram na Casa, segundo dados do Congresso em Foco.

 Entre os mais polêmicos, por exemplo, está o seu voto favorável à PEC do Voto Impresso, encarada à época por especialistas em segurança eleitoral como um retrocesso.

O projeto foi barrado com 229 votos a favor, 218 contrários e uma abstenção, mas se tornou um marco do discurso de Bolsonaro que costuma duvidar publicamente da segurança das urnas eletrônicas.

Votada em junho de 2021 na Câmara, a Medida Provisória que abriu possibilidade para privatização da Eletrobras contou com o apoio de Cacá. A orientação do partido foi pelo voto favorável, mas ao menos três correligionários votaram contra.

Cacá foi líder do PP na Câmara no ano passado e participou da articulação para aprovar diversos projetos enviados pelo Executivo.

Diferente do pai, que mantinha uma relação mais próxima com o PT, já que mantinha a aliança do partido no estado nos últimos anos, Cacá tem um passado que já se aproximava de uma oposição ao partido.

Em 2016, por exemplo, foi um dos deputados a se abster do voto pelo impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), e foi favorável às reformas da Previdência e Trabalhista, pautas combatidas pelo PT e pela esquerda em geral.

A sua proximidade com o governo Bolsonaro deve ser explorada pela candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT), ex-secretário de Educação que ainda aparece bem atrás de ACM Neto (UB) nas pesquisas.

De acordo com a última rodada da pesquisa Opnus/Salvador FM, o atual chefe do Executivo tem 56% de avaliação negativa no estado, com 45% que julgam seu mandato como "pésimo" e outros 11% como "ruim".

A sua avaliação positiva é de 20%, com 10% que avaliam como "bom" e outros 10% como "ótimo".

Mesmo com a costura nacional com o PDT, de Ciro Gomes, presidido pelo deputado federal Félix Júnior - que ainda sonha com a vaga de vice na majoritária de Neto — o ex-prefeito de Salvador repete que não irá nacionalizar a eleição. 

O União Brasil chegou a filiar Sergio Moro depois que o ex-juiz viu ruir as chances de ser candidato à presidência pelo Podemos, e agora lançou oficialmente o presidente da sigla, Luciano Bivar, para disputar o Planalto.

Ainda assim, ACM Neto garante que não vai ter um candidato à presidência para chamar de seu e pretende deixar o palanque aberto na Bahia.

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