Pandemia x Aulas presenciais: como os sindicatos e a Secretaria avaliam o retorno das atividades

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Marina Araújo

Salvador

28 de junho de 2021 às 13h55

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Foto: Reprodução/TV Bahia

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Após a paralisação das atividades presenciais por conta da pandemia da Covid-19, os colégios das redes municipal, estadual e particular foram autorizados pelo prefeito Bruno Reis a retomarem às aulas a partir do dia 3 de maio. Nesses quase dois meses, entre assembleias dos sindicatos e decretos de estado de greve, um cenário de incertezas e embates entre sindicatos e Secretaria Municipal da Educação se formou.

Ao LDNotícias, o coordenador geral da Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB-BA), Rui Oliveira, afirma que “é inadmissível que a preocupação da prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação seja abrir as escolas. A nossa luta é em defesa da vida. Tem que acelerar a vacina, evitar aglomeração e o secretário [Marcelo Oliveira] bate na tecla que uma dose de vacina resolve e pode voltar a aula presencial”, relata. Ele ainda acrescenta que já morreram cerca de 320 profissionais, contaminados no ambiente de trabalho, sendo que na capital, em média 30.

“As escolas municipais continuam dando cestas básicas, então acaba virando uma aglomeração. A prefeitura afirma que se tivesse cinco dias consecutivos abaixo de 75% de leitos de UTIs ocupados, era um indicador de que as aulas poderiam voltar a ser presenciais na rede municipal. Estamos a mais de 10 dias, acima dos 80% de ocupação, e eles não têm coragem de fechar. O poder econômico fala mais alto”, continua.

Rui ainda garante que nunca houve aula na rede municipal, de fato. Além da baixa adesão de alunos e professores, durante esse período, a APLB tem travado uma briga com a prefeitura, decretando estado de greve dos professores. “Segundo o prefeito [Bruno Reis], temos 2% dos alunos que aderiram e de professores, segundo a APLB, 5%. Mas não teve aula presencial nenhuma”.

Já o coordenador do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-BA), Allysson Mustafa, alega que na rede privada não se consegue ter um número preciso de adesão, mas que seria “algo em torno de  50% a 60%, do setor tendo retorno efetivo”. Sobre o número de contaminados, os dados divulgados são de 130 estudantes infectados com Covid-19. Em relação a professores, também não existe uma precisão de casos, “pois muitas escolas estão omitindo e não comunicando a média correta às autoridades legais”, afirma.

Mustafa ainda adianta que apesar de o ano letivo presencial ter iniciado a quase dois meses, e existir a necessidade desse retorno, os estudantes terão férias no meio do ano. “Terá um recesso escolar, em peso de lei. Tendo um período mínimo de 15 dias, sendo iniciado em 21 de junho e voltando apenas a partir de 5 de julho. Caso não seja cumprido o decreto por parte de alguma instituição, pagará multa ao Sinpro”, informa.

Secretaria da Educação

Em nota enviada ao LDNotícias, a Secretaria Municipal da Educação comenta que “não há evidência de que qualquer dos casos de Covid detectados entre os profissionais da rede municipal tenha se originado no trabalho. Destaca-se que a adesão à retomada das aulas presenciais não tem sido em sua totalidade, pois 70% dos professores, embora já tenham sido vacinados, recusaram-se a participar das aulas presenciais, e, apenas 2% dos alunos retornaram ao ensino híbrido”, rebateu à APLB.

A Secretaria ressaltou também que para o retorno das atividades presenciais foi implantado um rigoroso protocolo de funcionamento das unidades, dentre eles a redução do limite máximo de alunos para 50% e o uso obrigatório de máscaras. O secretário da educação, Marcelo Oliveira, frisou que está se mantendo uma rotina disciplinada de cuidados, seguindo as orientações dos órgãos de Saúde para que os pais e responsáveis se sintam seguros em mandar seus filhos para a escola. Todas as unidades de ensino, segundo eles, foram adequadas aos protocolos sanitários, observando o distanciamento, a higiene das mãos, adotando o rodízio e controle com a entrada e a saída de estudantes e funcionários.

Ainda de acordo com a nota enviada ao LDNotícias, “estudos realizados por especialistas na área de saúde têm demonstrado que a contaminação em ambiente escolar, seguindo todos os devidos protocolos sanitários, não coloca os estudantes em um risco maior de contrair a Covid-19, em comparação com a exposição normal na comunidade”, finalizaram.

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