Vereador propõe que água mineral seja comercializada em latinha de alumínio em festas populares

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Política

13 de março de 2024 às 08h55

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Um projeto de lei que estabelece a comercialização de água mineral em latas de alumínio, substituindo as atuais embalagens plásticas, foi apresentado à Câmara Municipal de Salvador. Segundo o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), autor da proposta, o objetivo é proteger o meio ambiente e assegurar ganho de renda aos catadores de material reciclável.

Responsável pela emenda que integrou catadores de materiais recicláveis no Conselho Municipal do Carnaval de Salvador, Augusto disse durante a sessão ordinária de terça-feira (12) que organizações como a Redemar Brasil constataram que, após o carnaval e outras festas populares, a maior parte do material poluente encontrado nas praias consistia em garrafas plásticas e de vidro. Por outro lado, pouquíssimas latas eram encontradas descartadas de modo inadequado na cidade, já que a imensa maioria delas são coletadas para reciclagem.

"Vocês vejam que no carnaval, quando a latinha de cerveja é jogada no circuito, logo em seguida, há um conjunto de trabalhadores e trabalhadoras catando essa latinha, ajudando o meio ambiente e também contribuindo para sua geração de renda. Em compensação, o plástico na maioria das vezes não é coletado diante do seu baixo valor de revenda e acaba parando no mar ou entupindo bueiros, sem falar nas tampinhas que são espalhadas", frisou. 

Estudo

Um estudo global realizado pelo Instituto Internacional do Alumínio (IAI), comparando a circularidade do alumínio, vidro e plástico como embalagem para bebidas, revelou que o alumínio supera o vidro e o PET em todas as etapas do ciclo de gestão de resíduos, com 71% do material reciclado, sendo que no Brasil o índice supera 98%, contra 40% do plástico e 34% do vidro. O estudo ainda enfatizou que, embora nenhuma embalagem tenha atingido seu potencial máximo de economia circular, as latas de alumínio foram consideradas a melhor solução econômica, apresentando uma eficiência de 90% no processo (classificação, reprocessamento e refusão).

"Nosso projeto, portanto, ajuda nas duas vertentes da economia circular. Ajuda na distribuição de renda para famílias mais pobres, que tem como sua única fonte de sustento, muitas vezes, a catação de materiais recicláveis e contribui para o meio ambiente, porque uma garrafa plástica de água, também consome mais água para sua elaboração. Uma latinha de alumínio tem um potencial de reciclagem superior a 90%, além de ser mais rentável para o catador", ressaltou Augusto. 

Para evitar um aumento de preço ao consumidor, o projeto de Augusto prevê a criação de incentivos tributários para estimular a produção de latas de alumínio em substituição ao uso de plástico.

Em 2022, o Ministério do Meio Ambiente divulgou que o programa de logística reversa de latas de alumínio gerou mais de R$ 5 bilhões em renda anualmente. Além disso, segundo dados do Governo Federal, entre 2019 e 2021, a reciclagem de latas proporcionou uma redução de 70% no consumo de energia, 65% no consumo de água e uma diminuição de 70% nas emissões de gases de efeito estufa.

Em fevereiro, a Redemar divulgou um estudo realizado pelo Centro para a Integridade Climática (CCI), que concluiu que os produtores de plástico reconhecem há cerca de 30 anos que a reciclagem não é uma solução economicamente ou tecnicamente eficaz para lidar com os resíduos de plástico. Apesar disso, segundo o CCI, as empresas negligenciam fatos importantes, como a degradação do plástico (que o torna reutilizável apenas uma ou duas vezes) e o alto custo da reciclagem do plástico, que requer triagem meticulosa, omitindo essas informações em suas campanhas de marketing.

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