O clima entre alguns pré-candidatos que fazem parte da base de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), em Jacobina (norte da Bahia), ao que parece, não está entre os melhores. Especialmente quando envolve as postulantes, Kátia da Saúde (PSB) e Mariana Oliveira, que deixou o PT recentemente.
Tudo começou após Kátia, que é vice-prefeita da cidade publicar uma carta aberta à população se queixando do comportamento de Mariana durante uma reunião do diretório municipal do PSB, em 4 de janeiro deste ano — o encontro foi convocado pela presidente da legenda na Bahia, a deputada federal Lídice da Mata (BA), e o vice, Rodrigo Hita.
De acordo com Kátia, ela foi surpreendida com a presença de Mariana que, à época, ainda comandava o PT local — agora, interlocutores afirmam que o caminho mais viável para a ex-petista seria o PSD, legenda que na Bahia é comandada pelo senador Otto Alencar. Mariana teria tomado a decisão de deixar a legenda por não querer abrir mão da sua candidatura ao Executivo em outubro deste ano. No entanto, há quem diga que o destino dela poderia ser o próprio PSB.
Acontece que se o movimento for de fato confirmado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) contaria com três nomes da sua base para a disputa: Kátia da Saúde, Mariana Oliveira e o atual prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), que deve tentar à reeleição.
"Fiquei mais surpresa ainda quando Mariana, que não é filiada ao nosso partido PSB pediu para falar antes de mim, que sou presidenta do diretório municipal. Sua fala resumiu-se a principal intenção de estar ali: informar que está disposta a entrar para qualquer partido onde ela seja cabeça de chapa nas eleições municipais e que está aberta a qualquer outro que esteja disposto a lhe apoiar neste sonho [...] A conversa não era sobre Jacobina e suas necessidades, a conversa era sobre o sonho de Mariana de ser prefeita, mesmo sem experiência de gestão pública, mesmo conhecendo apenas a cidade de Jacobina", argumenta Kátia em um trecho da carta.
Em resposta, Mariana Oliveira também publicou uma carta aberta na qual afirma não ser "do meu feitio alimentar vaidades, ambição ou exaltar meu ego". "Sobre a reunião na sede estadual do PSB no último dia 04 de janeiro, lamento que Kátia tenha interpretado mal minha participação e se equivocado no entendimento da situação", rebateu.
"Em nenhum momento foi colocado na mesa alguma intenção ou 'sonho pessoal' ou tentou-se deslegitimar a história de qualquer outra liderança, muito menos da vice-prefeita Kátia que tem uma história política respeitada e já consolidada em Jacobina. Jamais faria qualquer movimento em direção ao partido sem o conhecimento dela, por isso solicitei à comissão executiva, que a conversa se desse na sua presença", explicou a ex-dirigente do PT.
Após a "treta", o vice-presidente do PSB na Bahia, Rodrigo Hita, se manifestou. Ele afirmou ter causado "estranheza" a publicação da carta por parte de Kátia. Ao Jacobina Notícias, o pessebista afirmou que todos os acordos com a número 2 do Executivo jacobinense foram cumpridos, inclusive quanto ao comando do PSB na cidade.
"Não podemos negar a discussão da filiação de ninguém, sobretudo de uma militante de democracia e dos princípios da esquerda, bem como da defesa dos serviços públicos como Saúde. Mariana foi secretária da pasta em Caém, onde o nosso partido é modelo para o estado", afirmou Hita.
