Stella Maris: 'Direcional destruiu habitat de animais, que agora invadem casas', acusa ativista

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Alexandre Galvão

Salvador

12 de maio de 2023 às 17h00

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A construção de oito torres, com 15 andares cada, no bairro de Stella Maris, em Salvador, tem deixado um rastro de destruição ambiental, segundo a presidente da Associação Stella4Praias, Clarice Bagrichevsky. Em entrevista à Salvador FM, a ativista disse que o empreendimento, da empresa mineira Direcional, destruiu por completo o habitat natural de dezenas de animais, que agora, sem ter para onde ir, invadem condomínios e casas no entorno da obra. 

"A prefeitura deu alvará para a retirada de coqueiros, mas sem especificar quantos, eles aproveitaram e suprimiram toda a vegetação de restinga, sem a presença de biólogos, sem manejo de fauna e hoje a gente vê iguanas, sapos, cobras, todos os animais que moravam ali invadindo os condomínios. Os coqueiros eram casas das maritacas, de iguanas, toda essa fauna foi criminosamente suprimida, além da vegetação. As corujas buraqueiras... as retroescavadeiras cavaram e destruíram esses ninhos, houve uma mortandade de corujas", narrou.

A devastação atingiu também uma área de restinga, que nunca antes fora tocada. "A construtora aproveitou uma licença para construir um stand de vendas, suprimiu uns coqueiros e colocou umas retroescavadeiras num lugar de restinga. Foi um lugar que desde o loteamento Parque Stella Maris, aquele lugar nunca foi vendido. Bancaram os espertinhos", classificou.

Ainda de acordo com Clarice, a associação que ela preside pleiteia a suspensão imediata da obra. "O crime foi fotografado, filmado, colocado nas redes sociais, na mídia da Bahia e nem assim o Ministério Público do Estado se move. A procuradora da República foi muito mais diligente", apontou. Essa semana, como noticiou com exclusividade a Salvador FM, o MPF, através da procuradora da República Bartira de Araújo Goés, instaurou um inquérito civil para investigar a construção

De acordo com o parquet, o empreendimento está situado atrás do Condomínio Sol do Atlântico. No documento, a procuradora questiona a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) sobre a propriedade da área, que pode ser da Marinha do Brasil ou da União. Pede ainda informações sobre a obra, assim como eventual licenciamento emitido pela SPU. 

Quem também receberá questionamentos do MPF é a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), que foi convidada a realizar uma vistoria no local, bem como fornecer informações sobre a área e se há licenciamento para o projeto de construção de imóveis na região.

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