Márcio Marinho direcionou verba pública milionária para beneficiar fazenda ligada à Universal, diz jornal

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Yuri Abreu

Política

09 de maio de 2023 às 10h00

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Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

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O deputado federal Márcio Marinho (Republicanos-BA) direcionou uma verba pública no valor de R$ 2,3 millhões para pavimentar um conjunto de ruas dentro de uma fazenda privada ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, na cidade de Irecê, no norte da Bahia.

A obra foi executada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e foi concluída em abril em uma área de 25 mil metros quadrados, o equivalente a três campos de futebol. Os recursos foram enviados, segundo O Globo, à pedido de Márcio Marinho, que é bispo da Universal, por meio de uma emenda da bancada da Bahia destinada à estatal.

O local que teve as ruas asfaltadas com recursos da União é a Fazenda Canaã, que está em nome da Associação Beneficente Projeto Nordeste, instituição que tem bispos da Universal como presidente e como vice-presidente. 
Além de vias pavimentadas, a área tem piscina, campo de futebol, playground e quadra esportiva. O local abriga um projeto que oferece atividades educacionais e esportivas a crianças da região e é mantido pelo Instituto Ressoar, braço social da Record TV, emissora do bispo Edir Macedo, fundador da igreja.

No entanto, uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), concluída no fim de março, apontou irregularidades no uso de recursos do Orçamento para asfaltar a propriedade privada. O órgão disse que ainda analisa as respostas dadas pela estatal para o asfaltamento de ruas em propriedade privada para decidir quais medidas irá tomar.

Em resposta à publicação carioca, Márcio Marinho afirmou ter apresentado o pedido para realizar a obra diretamente à presidência da Codevasf, o que foi atendido. “Como de praxe, quando se trata do encaminhamento de recursos para realização de obras, foi enviado ofício à Codevasf diretamente”, disse o deputado, em nota.

Já em explicações a CGU, a Codevasf justificou o investimento ao afirmar que a instituição beneficiada pela obra presta serviços de caráter social e sem fins lucrativos, o que, na visão da estatal, “assemelha-se a caráter público”. Informou, contudo, que “tal tipo de situação não se repetirá” e alterou procedimentos internos para evitar que novos gastos sejam autorizados em áreas que não sejam públicas.

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