Em meio à crise de oxigênio, Pazuello teria dito que só se preocupava em "comprar os sacos pretos"

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Política

26 de outubro de 2022 às 07h52

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O general Eduardo Pazuello teria debochado durante a crise de oxigênio no Amazonas, em meio a pior fase da pandemia de Covid-19 no país, em janeiro de 2021.

Segundo relato da sua ex-esposa, Andrea Barbosa, em entrevista ao MyNews, o então ministro da Saúde de Bolsonaro teria dito que estava "preocupado em comprar os sacos pretos" para enterrar os mortos pela doença.

Andrea contou que soube do relato pela filha, já que Pazuello estava em Manaus para representar o ministério naquela nova onda de Covid. Ao chegar no local onde o pai estava, a menina pediu para voltar para casa, pois percebeu que se tratava de uma festa.

A ex-esposa de Pazuello contou que recebeu fotos que mostravam servidores do Ministério da Saúde festejando com direito a bastante uísque.

"Uma pessoa que estava lá fotografou e me mandou. Estava rolando uísque a solto aqui. A equipe do ministério estava regada a uísque", diz a dentista. "Vocês noticiaram e eu vivenciei. Fui testemunha do que aconteceu em Manaus", acrescenta.

Ela admitiu que o relacionamento acabou em razão das divergências sobre as decisões da pasta e do governo Bolsonaro diante da pandemia. Andrea garante que tentou convencer o marido de não embarcar na defesa da cloroquina e do tratamento precoce, justamente por não ter nenhum indício de sua eficácia.

Durante uma discussão, inclusive, Pazuello teria admitido que tinha a intenção de "mudar a bula da cloroquina" para justificar as ações do governo.

"O que eu mais pedi para ele foi para não entrar nisso", conta ela. Andrea Barbosa disse que alertou Pazuello sobre ele estar "servindo de marionete". Segundo ela, o ex-ministro disse: "Cala a tua boca. Você não sabe de nada, a gente vai mudar a bula da cloroquina".

O episódio teria sido o limite para Barbosa manter o casamento com o militar. Durante a entrevista ela contou ainda que Pazuello enfrentou outros processos ao longo da carreira, como de "abuso de autoridade", que segundo ela também configuraria crime de "racismo", relatando uma situação em que o general ordenou que um soldado carregasse uma carroça de munições.

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